O cerrado ou nós?

Um mês atrás, o país estava ardendo em chamas.

Lembram-se?

No meio do fogaréu (criminoso em sua quase totalidade), as labaredas consumiam também a Floresta Nacional de Brasília, a Flona, como chamamos aqui, e uma das maiores e mais belas reservas do cerrado.

Um mês depois, e com apenas uma semana de chuva, a vida renasce em meio às cinzas e à terra preta, resquícios do incêndio, trazendo aos nossos olhos o verde das plantas e folhas das árvores e o colorido e o perfume das flores exóticas desse ecossistema extremamente diferente.

O cerrado é o bioma mais devastado no país, mais do que a Amazônia.

O problema é que, ao contrário desta, não recebe dinheiro dos fundos internacionais voltados ao meio ambiente, então o governo (não apenas o atual) não mostra para a plateia sua montagem cênica de
preservação e combate ao desmatamento.

Para falar a verdade, nem sei se gringo sabe o que é cerrado e muito menos que ele existe.

Na paisagem de renascimento da Flona, o cerrado parece dizer ao ser humano: você tenta me matar, mas eu não morro.

“Ele não acaba não. Capaz de todos nós irmos embora e ele ficar aí”, me disse, otimista, uma companheira de trilha (sim, sou trilheiro).

Tomara que ela esteja certa.

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