Dica: Mário Baggio e a arte de puxar o tapete do leitor

Sou leitor de Mário Baggio há cerca de cinco anos.

Já li dois ou três livros dele.

Agora, devoro as páginas de A vida é uma palavra muito curta, da Editora Penalux.

Acho que tenho um certo estofo como leitor do Baggio para dizer: esse é o melhor livro dele, e o consagra, definitivamente, como um dos melhores contistas da atualidade.

Mas nesse status há uma característica em Mário Baggio que o difere de outros grandes autores.

É a sua inventividade.

Eu gostaria de saber onde ele vai buscar as ideias para escrever contos que nos tiram o tapete (o maior desafio de um escritor), que saem totalmente do lugar comum da (em vários casos) literatura de hoje em dia, tão amordaçada por uma obrigação velada de se ter que escrever sobre determinados temas.

Baggio não cai nessa e cria histórias surpreendentes, como O enigma do cemitério, um dos melhores contos que li na vida.

Baggio: puxando o tapete do leitor

Uma outra característica que me prende a suas histórias é que várias delas acontecem sem que tenhamos a mínima ideia do contexto, porque o que importa é a cena, o detalhe, o específico, e não o geral. É uma espécie de mágica, porque a história é apenas uma cena de uma situação de que não temos a mínima ideia. E mesmo assim a gente entende tudo. Não conheço nenhum autor que faça isso, que tenha esse poder de inventividade.

Confira A vida é uma palavra muito curta e se prepare para ter o tapete puxado.

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