Comprei este exemplar de um dos clássicos de Carlos Heitor Cony uns dois meses atrás.
A morte do autor, há algumas semanas, fez com que a obra furasse a minha sempre extensa fila de livros a serem lidos.
Percebi nas páginas que contam a história de um publicitário e sua mulher, 30 anos mais jovem, traços comuns a outros livros de Cony.
Parece haver em sua literatura a imperfeição da pressa jornalística, característica de quem escreve sempre com o ponteiro do relógio apontado contra si, feito uma arma.
Isto faz pensar que alguns parágrafos poderiam ter sido escritos de outra forma.
Talvez também o que dizem os personagens em alguns momentos poderia estar na boca do narrador. E vice-versa.
Há, até mesmo, a impressão de que Cony usou de modo inadequado determinado verbo, quando deveria ter optado por outro, que demonstraria melhor o sentido que ele quis dar à frase.
Mas – com tudo isso e apesar disso – tente e veja se consegue interromper ou deixar de lado a leitura de um livro de Cony.